1. Numa primeira parte era proposto averiguar em que medida a nossa identidade digital é um prolongamento da nossa identidade pública ou um campo alternativo de expressão de uma dimensão escondida da nossa personalidade íntima.
As apresentações centraram-se na questão da identidade digital que, a meu ver, vai para além da representação digital dos dados relacionados com uma pessoa, e na protecção de dados, extensível à privacidade. Dado que esta vertente se desviava do cerne da proposta inicial, afirmei que a nossa sociedade digital é um prolongamento da nossa identidade pública mas também pode ser (simultaneamente ou não) um campo alternativo de expressão de uma dimensão escondida da nossa personalidade íntima. Tal como no mundo físico assumimos “máscaras” para actuarmos de acordo com o contexto e imagem que se espera de cada um, também no mundo virtual, dada a sua considerável amplitude, se apresentam múltiplas e multifacetadas identidades e características, que podem ou não ser verdadeiras e que podem ser assinadas ou anónimas. A propósito de uma nova configuração psíquica decorrente da cibercultura, Nicolaci-da-Costa afirma que a Internet constitui um meio privilegiado para experimentação de novas formas de ser. São exemplos da nossa abertura aos outros, num passado recente com predominância de inter-relações anónimas (talvez reveladoras de dimensões escondidas da personalidade), os chats e blogues de natureza intimista; mais recentemente, predomina a comunicação com identificação (total ou parcial do sujeito), nomeadamente nas estruturas das redes sociais, do género do Twitter, já que neste espaço tal identificação pode conduzir a uma maior possibilidade de conexões significativas.
2. Este momento incluiu também a hipótese de se saber se o perigo da fraude intelectual (ex.: plágio) aumentou com o advento da Internet.
As apresentações centraram-se na questão da identidade digital que, a meu ver, vai para além da representação digital dos dados relacionados com uma pessoa, e na protecção de dados, extensível à privacidade. Dado que esta vertente se desviava do cerne da proposta inicial, afirmei que a nossa sociedade digital é um prolongamento da nossa identidade pública mas também pode ser (simultaneamente ou não) um campo alternativo de expressão de uma dimensão escondida da nossa personalidade íntima. Tal como no mundo físico assumimos “máscaras” para actuarmos de acordo com o contexto e imagem que se espera de cada um, também no mundo virtual, dada a sua considerável amplitude, se apresentam múltiplas e multifacetadas identidades e características, que podem ou não ser verdadeiras e que podem ser assinadas ou anónimas. A propósito de uma nova configuração psíquica decorrente da cibercultura, Nicolaci-da-Costa afirma que a Internet constitui um meio privilegiado para experimentação de novas formas de ser. São exemplos da nossa abertura aos outros, num passado recente com predominância de inter-relações anónimas (talvez reveladoras de dimensões escondidas da personalidade), os chats e blogues de natureza intimista; mais recentemente, predomina a comunicação com identificação (total ou parcial do sujeito), nomeadamente nas estruturas das redes sociais, do género do Twitter, já que neste espaço tal identificação pode conduzir a uma maior possibilidade de conexões significativas.
2. Este momento incluiu também a hipótese de se saber se o perigo da fraude intelectual (ex.: plágio) aumentou com o advento da Internet.
Este tema mereceu a atenção em dois tópicos semelhantes voltados para o contexto de ensino. Elencaram-se motivos para uma crescente prática de plágio e fraude da parte de formandos, desde o factor ignorância até à incompetência do formador. Foi facultada uma lista exaustiva de sites que permitem detectar o plágio em documentos digitais. Em meu entender, estes factos comprovam que a fraude intelectual se não aumentou, pelos menos tem sido potenciado por este meio sofisticado de comunicação e interacção. Pessoalmente, preferi tentar perceber que características intrínsecas da Internet poderiam explicar esta tendência. Assim, referi-me à virtualização. Segundo Silvana Monteiro, ao disseminar-se livremente documentos no ciberespaço, sem a necessidade da existência do exemplar físico, subverte-se a lógica do território e criam-se discussões que a legislação não consegue acompanhar por estar direccionada para outra realidade. A noção de Levy de “inteligência colectiva” contribui para que se encare questões como o direito de propriedade de forma fluída e adaptada a uma nova situação. A segunda característica, para a qual apenas apontei uma pista, prende-se com o facto de a rede através das ligações baseadas em hiper-links favorecer naturalmente a intertextualidade que implica “a identificação, o reconhecimento de remissões a obras ou a textos, por meio de links que fazem conexões com outros textos, permitindo tecer caminhos para outras janelas. Está relacionada [com a] característica do não-fechamento do hipertexto digital, que possui permanente abertura do texto ao exterior, sempre em constante mutação e expansão” (Silva).
3. Na segunda parte do debate, questionava-se a possibilidade de alguma entidade particular ou alguém controlar a rede.
Do ponto de vista puramente informático, é possível controlar de alguma forma a rede através de software específico, nomeando-se inclusivamente a entidade ICANN como capaz de bloquear determinados campos da informação. De um ponto de vista não técnico, poder-se-á afirmar que não há nenhuma entidade particular ou alguém que possa controlar a rede. É um espaço aberto, mais acolhedor do que dominador, porque, contrariamente a outros media como a televisão, a imprensa e a rádio, não é um meio de difusão a partir de centros; segundo Lévy, a rede constitui um universal aberto sem totalidade. O sistema funciona por um mecanismo de auto-regulação, uma espécie de ecossistema, com a possibilidade de controlar e limitar o tipo de informação que aí se aloja. Registam-se também casos extremos como o do governo chinês que limita e controla o acesso do cidadão local à Internet.
4. Para finalizar perguntava-se em que medida a rede é segura e em que medida a informação nela partilhada é confiável e quem o pode garantir.
Pessoalmente acredito que a rede é segura se alojar nós de rede fiáveis e desde que o utilizador detenha as competências necessárias para encontrar no espaço labiríntico os fios conducentes à construção de uma novo sentido ou de um novo esquema de compreensão mental. Essas competências passam pela literacia informacional, entendida como a capacidade para encontrar, usar e comunicar a informação de forma eficaz e ética (Weiner) envolvendo a metacognição e o pensamento crítico. A informação segura e confiável encontra-se preferencialmente em portais pertencentes a organizações e instituições.
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