30/11/2010

Tema 1 - Identificação dos factores responsáveis pelo sucesso/qualidade de cursos online


A fase 2 desta actividade 1 pressuponha uma identificação dos factores responsáveis pelo sucesso/qualidade de cursos online. Apercebendo-me que os colegas estavam a realizar esta parte do trabalho de forma individual e a colocá-la no fórum geral, segui o exemplo destes. Com base nos artigos trabalhados, apresentei no fórum o seguinte texto, que transponho com pequenas alterações:


Identificação dos factores responsáveis pelo sucesso/qualidade de cursos online

Em primeiro lugar, é significativo o facto de a professora Lúcia Amante ter associado à qualidade do ensino-aprendizagem em contexto online, no título do tema, a expressão “uma teia de factores”. É de facto a imagem de teia que nos perpassa após a análise dos artigos: há vários factores, vistos sob várias perspectivas, tudo interligado sem linhas hierárquicas.

O artigo “Approaches to E-Learning Quality Assessment” dá-nos uma visão abrangente sobre a problemática em apreço. Um dado que não é irrisório prende-se com o facto de o e-learning ser um sistema recente, daí que ainda se façam esforços no sentido de estabelecer delimitações para o que se entende como “sucesso” – este dado é relevante para os interessados na investigação sobre o tema.

A um nível macro-estrutural são apresentados dois quadros referenciais o ISO/IEC19796-1: 2005 e o European Quality Observatory (EQO) que recomendam uma lista de sugestões e prescrições sem indicações para uma implementação em termos práticos. Interessará mais a grandes organizações e instituições conhecer estes quadros.

Fora deste âmbito macro, proliferam modelos de avaliação da qualidade do e-learning. São destacados dois, conceptualmente assaz distintos: o Modelo de Sucesso de E-Learning (de Holsapple e Lee-Post, 2006) e o modelo conceptual de Klein et al. (2006), o primeiro enfatizando a vertente da capacidade do estudante em estudar online e o segundo a vertente da motivação. Outros modelos, como o adoptado por Lime et al. (2007) amplificam as dimensões sobre as quais recai a eficácia do ensino online. Para um conceptor de um curso ou para um professor que ambiciona quer um bom desempenho dos estudantes, quer o funcionamento eficaz do curso é fundamental ter em consideração aspectos múltiplos como: a motivação e a auto-eficácia do formando, o conteúdo do ensino, o nível de comunicação entre formador e formando, o ambiente organizacional e a facilidade de uso dos recursos online, entre outros.

O segundo artigo traduzido (de Wiesenberg e Stacey, 2005) assume uma dimensão mais específica, pois parte de experiências de ensino. De novo ficou patente que a qualidade do ensino a distância depende da inter-relação de múltiplos factores relacionados com a concepção e implementação dos programas, da abordagem de ensino, das características e desempenho do professor e do estudante e do apoio institucional/administrativo da entidade formadora.

Considerações

Como estudante em e-learning, há três questões/factores que me suscitam interesse:
- A abordagem mista (ensino online com momentos em ambiente presencial) não é actualmente imprescindível para a construção de uma comunidade online, graças às possibilidades de comunicação proporcionadas pela Web (redes sociais) e aos ambientes virtuais sofisticados, como o Second Life.
- É pertinente verificar a relevância do desempenho dos vários papéis por parte do professor e a consequente influência repercutida no (bom) funcionamento/sucesso/satisfação de elementos interligados.
- O aspecto crítico da organização online, no sentido de o estudante aprender a gerir o seu tempo. Concordo com os autores quando afirmam que esta área carece de investigação. A meu ver, o peso avassalador do tempo dispendido neste tipo de ensino não passa apenas por uma melhor organização pessoal, passará também por alterações ao nível da concepção e implementação dos programas (metodologias e estratégias pedagógicas).

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