09/02/2011

CAEL Tema 4 - A Discussão no Fórum

Actividades, instrumentos e modalidades de avaliação em contexto de formação online


1. Síntese dos assuntos abordados

O debate manteve as características dos anteriores, aberto a todas as questões e muito participado. Os mestrandos têm a possibilidade de seleccionar o tema, o enquadramento ou responder directa ou indirectamente à participação de determinado colega. A quantidade de ideias lançadas é extraordinária, já que a liberdade, a reflexão e o pensamento crítico geram mais debate; a repetição de argumentos e a dispersão de ideias são o reverso. 

Se registarmos aqui os títulos dos fios criados dentro dos dois tópicos para discussão, conseguimos uma visão da profusão de ideias.

O 1º tópico a surgir (“Quem abre o debate”) não teve um tema, expandiu-se por 125 participações com os seguintes fios e temas:

- [“Quem abre o debate”]
Visibilidade do percurso de aprendizagem através do e-portefólio
Saber partilhado
Práticas de hetero e auto-avaliação
Necessidade de feedback relativa as trabalhos realizados

- Transparência, aprendizagem e avaliação
- E-portefólio em actualização

- Discussões assíncronas – limitações
- Efeitos positivos da avaliação das discussões
- [intervenção no fórum] assíncrona quase síncrona
- Timidez e avaliação

- Feedback e motivação
- Feedback de quem?
- Intervenções do e-professor
- Número de e-alunos por e-professor

- Exposição na Web/rigor científico
- Comunicação mediada por computador

- Uso das ferramentas no ensino
- A visibilidade das ferramentas

- Concepção de ensino online
- Novos paradigmas/novas formas de aprendizagem?
- Competências e programas nacionais [do ensino presencial]


2º tópico - Discussões assíncronas e avaliação, com 74 participações:

- Discussões assíncronas - número de e-alunos por e-actividade?
- Grupos de discussão restritos e avaliação
- Auto-avaliação e desistência
- Discussões assíncronas e avaliação – Rubricas
- Tipos de intervenções


2. Destaque do contributo individual

O tema das discussões assíncronas, a sua gestão e avaliação é um tema central no ensino online, apercebi-me disso, de forma fundamentada, através da leitura e do trabalho à volta do artigo de Vonderwell, Liang & Alderman (2007). As discussões levadas a cabo nas várias UC deste mestrado e, em particular, nesta UC, CAEL, sempre me suscitaram dúvidas metódicas. Neste tema encontrei a oportunidade ideal investigar temáticas e estudos publicados, já que o debate no fórum geral não propiciava maior conhecimento do assunto.

Assim, tomei a iniciativa de abrir um 2º tópico no fórum geral (Discussões assíncronas e avaliação). Tentando convocar a estrutura dos fóruns de discussão, apresentei o artigo de Wolf, B. & Dosdall, M. (2010) que estuda a relação entre a participação em discussões assíncronas e os resultados da avaliação formal (exames) dos estudantes, partindo da preocupação relativa à participação excessiva em discussões, deixando o seguinte extracto:

"Although the authors found no evidence that robust participation in asynchronous discussions can harm student exam performance below 4,000 words posted per week, it is important to recognize that enthusiastic participation may have adverse effects that fall on the peers of the most active discussion participants. Some students may feel overwhelmed by the amount of information being posted by their peers, for instance, and respond by withdrawing from the discussions and/or the course (Palloff & Pratt, 1999). To address this concern, the authors believe it is important to let students know that they are not required to read every post. Instructors may also wish to flag particularly important posts for their students, or have their teaching assistants do so, if no limits are placed on participation."

Houve muitas respostas directas, muitos aspectos foram levantados, como atestam os títulos dos fios criados, e sobretudo gerou-se mais conhecimento com os aportes que os colegas foram registando, alguns fundamentados por bibliografia. No final da discussão apercebi-me, efectivamente, do alcance de um grande desenvolvimento do tópico das discussões assíncronas online, conseguido graças ao debate e à contribuição profícua dos colegas.

3. Considerações gerais

Foi notória uma maior e significativa intervenção da professora. Numa das intervenções, categorizou os contributos dos mestrandos e sistematizou ideias centrais, recorrendo a fundamentação bibliográfica. Os pontos-chave da sua participação inicial, atendendo às questões debatidas foram:

- E-Portefólios e fóruns de discussão enquanto ferramentas metacognitivas. Para se perceber a importância da metacognição, vejam-se os artigos:
Um Apoio ao Processo de Aprendizagem
Metacognição e seus Contornos

- Papel do professor, cuja presença deve ser efectiva, não obstante o seu papel mais ou menos interventivo, dependendo das necessidades demonstradas pelo grupo, da natureza das aprendizagens e da natureza e dinâmica do próprio grupo. O professor “planifica, organiza, sugere recursos, actividades, observa os processos, intervém, problematiza quando necessário, estimula, supervisiona e avalia também, se for o caso”.

- O estudante como elemento central do processo de ensino-aprendizagem, cujo papel activo na construção, partilha e na reflexão sobre o seu próprio processo de aprendizagem, contribui para melhorar a qualidade desse processo no seio da comunidade de aprendizagem.

- “Educação problematizadora” na linha teorizada por Paulo Freire

- Interligação entre avaliação e acto pedagógico. A avaliação é continua e com recurso a instrumentos/actividades variados.


4. Bibliografia referida no debate

Baran, E. & Correia, A. P. (2009) Student-led facilitation strategies in online discussions. Distance Education, 30: 3, 339. Disponível em http://dx.doi.org/10.1080/01587910903236510

Bransford, J. D., Brown, A. L., & Cocking, R. R. (2000). How People Learn: Brain, Mind, Experience, and School. Washington, D. C.: National Academy Press.

Correia, A. P., & Baran, E. (2010). Lessons Learned on Facilitating Asynchronous Discussions for Online Learning. Educação, Formação & Tecnologias, 3(1), 59-67. Disponível em http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/141/98

Means, B. (2006). Prospects for Transforming Schools with Technology-Supported Assessment. In Sawyer, R. K. (Ed.). (2006). The Cambridge handbook of the learning sciences. New York: Cambridge University Press.

Morais, C., Miranda, L., & Dias, P. (2007). Formas de interacção em discussões online. Revista FACED, nº 12, jul./dez., pp. 151-169. Disponível em http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rfaced/article/download/2758/1946

Pelz, B. (2004). (My) Three Principles of Effective Online Pedagogy. Journal of Asynchronous Learning Networks, 8, 3.

Porto,  S. C.(2002). A Avaliação da Aprendizagem em Educação a Distância. http://www.slideshare.net/joaojosefonseca/a-avaliao-da-aprendizagem-em-educao-distncia

Porto, S. C. (2005). A avaliação da Aprendizagem no Ambiente Online. In R.V. Silva e A. V.Silva (eds.) Educação, Aprendizagem e Tecnologia. Edições Sílabo: Lisboa.

Porto,  S. C. eportfolio. Disponível em  http://sporto.wordpress.com

Riding, R. (2003). School Learning and Cognitive Styles. London: David Fulton Publishers.

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