1. Síntese dos assuntos abordados
O debate dividiu-se por três tópicos. O 1º “Teoria versus Prática”, contou com 134 participações. A discussão iniciou-se com um tema inesperado para mim, atendendo à temática em apreciação “Perspectivas sobre avaliação pedagógica: a avaliação das aprendizagens em contexto online”, ou seja, antevia panoramas “perspectivas”, talvez algo mais abrangente do ponto de vista pedagógico. Em vez disso, a Mª João lançou-se/nos muitos passos à frente, já para o âmbito dos instrumentos – o (e)portefólio. Tive consciência que nos estávamos a adiantar, pois o e-portefólio deveria integrar o tema 4 “Actividades, instrumentos e modalidades de avaliação em contexto de formação online”. O título foi muito bem seleccionado “Teoria versus Prática”, ou seja, o e-portefólio é uma das estratégias/instrumentos mais sonantes na actualidade para levar a cabo a avaliação baseada em princípios sócio-construtivistas, constitui portanto o lado prático das ideias sobre avaliação em contexto online. A questão levantada pela colega era clara: como operacionalizar esta estratégia de avaliação, mas não se reteve no geral e arremessou uma série de perguntas apropriadas e acutilantes.
- Relativamente ao professor perguntava: como avaliar um e-Portefólio; quando; utilizando que rubricas; feedback - quando e onde.
- Relativamente ao estudante: com que dificuldades se deparam os mestrandos na elaboração do e-portefólio no blogue; como contornam as dificuldades; como valorizam o e-portefólio; e os e-portefólios dos colegas?
Com esta argumentação quem poderia travar as respostas entusiastas, substanciais e fundamentadas que se seguiram?
O debate no 1º tópico depressa enveredou para a avaliação da estratégia da participação dos estudantes nos fóruns. O destaque dado à palavra “quantidade” na imagem do “Word it out” reporta-se à discussão sobre o modo de avaliação das participações relativamente à quantidade/qualidade.
No 2º tópico, foi lançado o tema “Diferentes avaliações para diferentes ambientes de aprendizagem?”, com 19 participações. Num outro tópico com 15 participações, partilharam-se reflexões sobre questões dos artigos, nomeadamente, o conceito multidimensional da avaliação; a problemática da verificação da identidade do sujeito avaliado e o feedback virtual como direito e dever. Ainda se registaram 4 participações sobre plágio.
2. Destaque do contributo individual
A minha primeira intervenção foi no sentido de dar feedback a algumas questões já em debate acesso, mas sem um ponto de ordem. Sobre a avaliação (quantidade/qualidade) referi que o essencial é a definição por parte do professor de uma escala de parâmetros, que estabeleça o que constitui, por exemplo, o máximo, médio e mínimo. A definição de padrões empresta segurança não apenas ao avaliador, mas também ao avaliado.
Relembrei que a avaliação de uma UC não pode recair apenas sobre um instrumento de avaliação, pois resultará numa avaliação parcial, se não mesmo enviesada. A citação do artigo “Problemáticas da Avaliação Online” (Gomes, 2009) era essencial e viria a ser retomada na participação de vários colegas:
Num post seguinte tentei demonstrar, com uma lista de perguntas, que é necessário saber exactamente o que pretende o professor com a utilização do portefólio como instrumento de avaliação e se este é adequado ao curso. Lembrei as considerações de Attwell sobre a adequação do e-portefólio. Não podia estar mais de acordo com este autor quando diz que a reflexão nem sempre é um processo de aprendizagem fácil, até pode ser estéril quando se diz ao estudante: “Agora vá e reflicta” (que é o que sucede, muitas vezes, no caso da adopção dos e-portefólios). Para Attwell, uma das falhas das comunidades de e-learning é a tendência para seguir modas sem analisar o que resultou ou não resultou e as respectivas razões. No caso dos e-portefólios, isso leva a que não haja consenso quanto às abordagens. A conclusão a tirar é que a adoptar-se o e-portefólio como um dos instrumentos/fontes de avaliação, este deve ser bem pensado e planeado para o fim a que se destina.
Intervim como resposta a participações de colegas sobre a função do professor enquanto tutor, cujo grau de intervenção depende de vários factores, mas que no âmbito da avaliação se afigura essencial, sobretudo na vertente da avaliação formativa/de processo, constituindo um necessário feedback sobre o acompanhamento do formando.
Creio ser pertinente a reflexão feita por mim, lembrando que nem sempre se consegue aliar a teoria pedagógica à prática e quando isso sucede é inútil fazer floreados verbais para contornar a situação, mais vale assumir.
No tópico “Diferentes avaliações para diferentes ambientes de aprendizagem?”, tentei fornecer sugestões práticas à questão levantada, fundamentando as ideias nos textos estudados, de forma crítica. Os testes automatizados, disponíveis numa plataforma de aprendizagem, só porque não remetem para a “construção social do conhecimento”, como pressupõe Primo (2006), não deixam de ser válidos, quando conjugados com outros instrumentos/fontes, podendo constituir um elemento eficaz, assumindo, por exemplo, a função de teste formativo ou de aferição de conhecimentos. Para formandos, que procuram uma formação técnica, recomendei a estratégia da resolução de problemas, para uma ligação entre saberes e a mundividência dos formandos, resultando numa maior motivação e melhores resultados. Para as reflexões casuais e autónomas da parte dos formandos sugeri a proposta de Attwell. Este autor encara a reflexão como uma conversa, consigo mesmo ou com os outros e, para ele, o espaço ideal é fora do escritório, num Pub, com um iPod ou no verso de um envelope. Se o que conta é o processo e não o meio, porque não usar o áudio digital (que poupa tempo, não sendo escrito, e é mais rico em expressividade). Uma proposta para a perguntar “como avaliar a participação em ambientes sociais online” poderia passar pelo Voice Thread e por indicações e parâmetros claros do professor.
Neste fórum abri o tópico: “Reflexão sobre questões dos artigos” e dentro deste lancei os temas “A problemática da verificação da identidade do sujeito avaliado” e “Feedback virtual como direito e dever e a questão”, que tiveram feedback significativo.
A minha primeira intervenção foi no sentido de dar feedback a algumas questões já em debate acesso, mas sem um ponto de ordem. Sobre a avaliação (quantidade/qualidade) referi que o essencial é a definição por parte do professor de uma escala de parâmetros, que estabeleça o que constitui, por exemplo, o máximo, médio e mínimo. A definição de padrões empresta segurança não apenas ao avaliador, mas também ao avaliado.
Relembrei que a avaliação de uma UC não pode recair apenas sobre um instrumento de avaliação, pois resultará numa avaliação parcial, se não mesmo enviesada. A citação do artigo “Problemáticas da Avaliação Online” (Gomes, 2009) era essencial e viria a ser retomada na participação de vários colegas:
Diversificar os momentos, fontes e instrumentos de avaliação são medidas importantes na educação a distância (online) pois ajudam o professor a construir um perfil de cada estudante através do cruzamento de informações, permitindo que todo o processo se torne mais claro e fidedigno. (p. 1679)
Num post seguinte tentei demonstrar, com uma lista de perguntas, que é necessário saber exactamente o que pretende o professor com a utilização do portefólio como instrumento de avaliação e se este é adequado ao curso. Lembrei as considerações de Attwell sobre a adequação do e-portefólio. Não podia estar mais de acordo com este autor quando diz que a reflexão nem sempre é um processo de aprendizagem fácil, até pode ser estéril quando se diz ao estudante: “Agora vá e reflicta” (que é o que sucede, muitas vezes, no caso da adopção dos e-portefólios). Para Attwell, uma das falhas das comunidades de e-learning é a tendência para seguir modas sem analisar o que resultou ou não resultou e as respectivas razões. No caso dos e-portefólios, isso leva a que não haja consenso quanto às abordagens. A conclusão a tirar é que a adoptar-se o e-portefólio como um dos instrumentos/fontes de avaliação, este deve ser bem pensado e planeado para o fim a que se destina.
Intervim como resposta a participações de colegas sobre a função do professor enquanto tutor, cujo grau de intervenção depende de vários factores, mas que no âmbito da avaliação se afigura essencial, sobretudo na vertente da avaliação formativa/de processo, constituindo um necessário feedback sobre o acompanhamento do formando.
Creio ser pertinente a reflexão feita por mim, lembrando que nem sempre se consegue aliar a teoria pedagógica à prática e quando isso sucede é inútil fazer floreados verbais para contornar a situação, mais vale assumir.
No tópico “Diferentes avaliações para diferentes ambientes de aprendizagem?”, tentei fornecer sugestões práticas à questão levantada, fundamentando as ideias nos textos estudados, de forma crítica. Os testes automatizados, disponíveis numa plataforma de aprendizagem, só porque não remetem para a “construção social do conhecimento”, como pressupõe Primo (2006), não deixam de ser válidos, quando conjugados com outros instrumentos/fontes, podendo constituir um elemento eficaz, assumindo, por exemplo, a função de teste formativo ou de aferição de conhecimentos. Para formandos, que procuram uma formação técnica, recomendei a estratégia da resolução de problemas, para uma ligação entre saberes e a mundividência dos formandos, resultando numa maior motivação e melhores resultados. Para as reflexões casuais e autónomas da parte dos formandos sugeri a proposta de Attwell. Este autor encara a reflexão como uma conversa, consigo mesmo ou com os outros e, para ele, o espaço ideal é fora do escritório, num Pub, com um iPod ou no verso de um envelope. Se o que conta é o processo e não o meio, porque não usar o áudio digital (que poupa tempo, não sendo escrito, e é mais rico em expressividade). Uma proposta para a perguntar “como avaliar a participação em ambientes sociais online” poderia passar pelo Voice Thread e por indicações e parâmetros claros do professor.
Neste fórum abri o tópico: “Reflexão sobre questões dos artigos” e dentro deste lancei os temas “A problemática da verificação da identidade do sujeito avaliado” e “Feedback virtual como direito e dever e a questão”, que tiveram feedback significativo.
3. Considerações gerais
Relativamente à discussão sobre os e-portefólios, considerei pertinente vincar questões ligadas aos objectivos e finalidades deste instrumento, esforçando-me por pensar além do âmbito restrito do nosso mestrado. Se uma das estratégias que ambicionamos implementar na avaliação de um curso é o e-portefólio, é necessário ter em atenção questões desta natureza: qual é a função da avaliação a privilegiar? Qual a ligação com as competências/objectivos do curso? Que devemos avaliar no e-portefólio? Posteriormente há que perguntar se o e-portefólio é o melhor instrumento a usar contrabalançando o que se pretende face ao número de avaliados. A ideia-chave para mim continua a ser esta: a adoptar-se o e-portefólio como um dos instrumentos/fontes de avaliação este deve ser bem pensado e planeado para o fim a que se destina.
Foi abordada uma questão muito importante: a avaliação formativa. É um conceito muito caro a teóricos das ciências da educação e constitui uma modalidade de avaliação muito falada, mas nem sempre operacionalizada de forma adequada. Penso ser importante distinguir, por um lado, modalidades de avaliação e, por outro, técnicas, instrumentos e critérios de avaliação que devem estar bem definidos no início de um curso, para que avaliador e avaliado se orientem e todo o processo seja claro. Não é por acaso que Barberà afirma, a propósito da avaliação online e do seu carácter multifacetado: “Em termos gerais pode afirmar-se que a avaliação reconhece-se mas não se conhece”(2006, p.5). Penso que debates como este contribuem para “conhecer” a avaliação.
Considerei muito importante alargar a discussão para além do âmbito da formação académica. Por vezes, é difícil abstrairmo-nos da nossa condição de mestrandos. As perspectivas sobre avaliação pedagógica podem centrar-se em linhas comuns, mas será necessário haver adequação ao tipo de formação e ao perfil do formando. Numa altura em que o e-learning se expande, esta questão é muito pertinente. Na qualidade de futuros formadores em e-learning, por exemplo, devemos estar alerta para esta realidade para sabermos adaptar quer a nossa postura, quer as estratégias metodológicas a implementar numa dada formação.
4. Bibliografia referida no debate
Amante, L. (2009). A Avaliação das Aprendizagens em Contexto Online: O E-portefólio como Instrumento Alternativo. Actas da VI Conferência Internacional das TIC na Educação - Challenges 2009
Attwell, G. (2009). A Reflection on Reflection. Pontydysgu (Blogue). Disponível em http://www.pontydysgu.org/2009/05/a-refection-on-reflection/
Oliveira, L. R. & Alves, M. P. (Orgs.) (2006). Aprendizagem Formal e Informal. I Encontro sobre e-Portefólio. Actas. Ludomedia – Conteúdos Didácticos e Lúdicos: Braga. Disponível em http://eportefolio.ese.ipsantarem.pt/eportefolio/images/stories/materiais/artigos/encontroe-portfolioportugal.pdf
Morgado, L. (2010). Ser Professor Online: Desafios de Ensinar na Rede. 1º Encontro UED Elearning 27 de Março de 2010. Disponível em http://www.slideshare.net/lmorgado/papel-do-professor-onlineensinar-na-rede?from=ss_embed
Porto S. C. (2005). A avaliação da Aprendizagem no Ambiente Online. In R. V. Silva e A. V. Silva (eds.) Educação, Aprendizagem e Tecnologia. Edições Sílabo: Lisboa.
Stefani, L., Mason, R. & Pegler, C. (2007). The educational potential of e-portfolios: supporting personal development and reflective learning. Londres: Routledge)
Lista de software antiplágio
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